segunda-feira, 16 de julho de 2012

PARADOXO!




Em Portugal, presentemente o assunto mais imediato é a “dita cuja” Crise! Em minha opinião a Crise está para os Portugueses como a virose para os médicos: serve para justificar tudo. Vamos lá ser sinceros, a Crise veio dar um jeito do caramba! O que eu acho é que a nossa vida é de fato um paradoxo do nosso tempo na história. Temos prédios muito mais altos, auto-estradas mais largas, mas pontos de vista mais estreitos; gastamos mais, mas temos menos; nós compramos mais, mas desfrutamos menos esta é a grande verdade da vida. Temos casas maiores e famílias menores. Mais medicina, mas menos saúde. Temos maiores rendimentos, mas menor padrão moral. Bebemos demais, fumamos demais, gastamos de forma irresponsável, rimos de menos, conduzimos rápido demais, nos irritamos muito facilmente, ficamos acordados até tarde, acordamos cansados demais, raramente paramos para ler um livro, ficamos tempo demais diante da TV e raramente pensamos...! Multiplicamos nossas posses, mas reduzimos nossos valores. Amamos raramente e odiamos com muita freqüência. Aprendemos como ganhar a vida, mas não vivemos essa vida. Adicionamos anos à extensão de nossas vidas, mas não há vida na extensão de nossos anos. Já fomos à Lua e dela voltamos, mas temos dificuldade em atravessar a rua e nos encontrarmos com nosso novo vizinho e dizer um simples e simpático “Olá! Ou um simples bom dia!”


Estes são tempos em que apelamos à educação, à cordialidade, mas onde se dá espaço à mínima falta de respeito, onde entram na nossa vida com tudo, sem bater na porta, sem ao menos pedir licença! Deixamos de ter tempo para fazer o que mais gostamos, não temos tempo para nada. O tempo passa a correr diariamente. Conquistamos o espaço exterior, mas nosso espaço interior fica muitas vezes vazio. Fazemos coisas maiores, mas não coisas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma. Estes são tempos de refeições rápidas e digestão lenta; de homens altos e caráter baixo; lucros expressivos, mas relacionamentos rasos. Estes são tempos em que se almeja paz mundial, mas perdura a guerra nos lares; temos mais lazer, mas menos diversão; maior variedade de tipos de comida, mas menos nutrição. São dias de duas fontes de renda, mas de mais divórcios; de residências mais belas, mas lares quebrados.
São dias de viagens rápidas, moralidade descartável, focadas de uma só noite e pílulas que fazem de tudo: alegrar, aquietar, matar, dormir…
É um tempo em que há muito na vitrina e nada no stock, um tempo em que a tecnologia pode levar-lhe estas palavras. Você pode escolher entre fazer alguma diferença e não justificar o injustificável!
Maria Luisa Martins