sábado, 31 de dezembro de 2011

Teu Amor...




Teu amor chega preso em cristal e aço e me estende uma mão impossível de segurar.
Colo o corpo, o rosto, os lábios ao amor preso no espelho e o frio vítreo denuncia as impossibilidades, as contingências, a distância entre os mundos de matéria e ilusão.
Meu amor, me dizes, e já sou eu que me faço espelho, é a mim que habitas.
Em mim teu reflexo de ilusão e frio me faz repleta, me leva ao teu mundo e te traz ao meu num jogo em que eu e tu somos um infinito refletir que se completa.
Maria Luisa

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Pecado?




É comum ouvir dizer que ser poeta "tem um pouco de sábio e um pouco de louco! A propósito de nada e de tudo, fui ao dicionário pesquisar o significado da palavra “Pecado”, essencialmente pela minha curiosidade. Esta palavra que atormenta tanto as vidas humanas precisa ser conhecida pela raiz, para que assim nos possamos libertar dela.
A primeira informação que me surgiu foi «Transgressão de preceito religioso.» Apesar de me considerar católica, a minha fé faz-se numa religião onde não cabem muitos dos tais preceitos religiosos. Na minha vida, Deus não é castigador, mas sim um amigo sempre disponível.

No meu dia-a-dia, a morte não é o fim, mas sim o princípio, já que todos os dias morremos um pouco, por isso, pensei que talvez a minha forma de vivenciar a religião seja efetivamente (aos olhos de algumas pessoas) um pecado, mas aos meus, decididamente não o é.
O segundo sinônimo dizia «Vício»… ai, ai, ai… mais um pecado. Sou viciada em chocolate (dificilmente lhe consigo resistir), sou viciada em trabalho, raramente prescindo, ou posso prescindir dele.
A definição que vinha de seguida, também não era das melhores «Culpa, falta». Bem, parece-me que aqui também tenho culpas no cartório dos lingüistas que escrevem dicionários. Sou culpada de não dormir oito horas por dia e, na melhor das hipóteses, dormir apenas metade; sou culpada de não alimentar o meu corpo como devia, de nem sempre o massagear como ele merecia, de nem sempre o hidratar como ele precisa, mas nunca ando fora de horas.
Estou ainda em falta com a minha família porque não lhes dedico o tempo que eles tanto merecem e sou culpada de não telefonar aos meus amigos quando me lembro deles e o tempo vai passando e não digo às pessoas de quem gosto, que elas são realmente importantes na minha vida.
A quarta definição dizia «Infrm. Demônio.» sim, sou um demônio na sua maioria de saias que atormento a paciência dos meus colegas por não quererem colaborar, sou um demônio de tridente em riste com a ausência de competência, do desleixe e da falta de respeito.
De seguida surgiu a informação «Relig. pecado atual: o que é feito pelo indivíduo (em oposição a original)». Pecados atuais?! Ora deixem-me cá pensar… nunca matei (as moscas contam?), nunca roubei (os sabonetes dos hotéis podem ser trazidos para casa, certo? Nunca cobicei a mulher da próxima (apenas a Megan Fox e a Michelle Rodriguez, Cristiane Tornoli). :-)))
Segundo o dicionário que consultei há ainda o «pecado de carne: pecado sensual» Pois bem, a minha carne não peca, apenas ama, e quanto à sensualidade, se nós, as mulheres fantásticas, não formos sensuais… somos homens, certo? Certo!
Quase a chegar ao fim surgiu o sinônimo «Relig. pecado mortal: o que leva ao Inferno se não é confessado.» Pois bem, se essa confissão implica ir à igreja pedir perdão a um Padre, rezar 10 orações e sair absolvida, bem, aí parece-me que vou mesmo parar ao caldeirão infernal, mas se aceitarem como confissão o facto de ao chegar à minha cama, agradecer ao meu Deus, o dia fantástico com que me presenteou, o meu pedido de desculpas por todas as coisas que eu podia fazer melhor, mas que não consegui fazer, aí meu caro S. Pedro, abre as tuas portas douradas para mim.
Seguiu-se o «Relig. pecado original: o herdado de Adão.» Confesso a minha culpa, sou mesmo filha de Adão, não consigo resistir a uma maçã. E o pior é que não sou esquisita, partilho de coração o provérbio que os Ingleses defendem «An apple a day, keeps the doctor away». Eu gosto das verdes, daquelas muito amargas, gosto das Golden, das Gala, das Granny Smith, das Reineta, das Star, enfim, podia continuar aqui o resto do dia a descrever maçãs.
Por último surgiu a referência a «pecados velhos: pecados cometidos há muito tempo.» Sou uma mulher que vive no presente e não no passado ou no futuro, se cometi pecados “há muito tempo” já nem me lembro deles, do passado prefiro guardar apenas as coisas boas que me fizeram e tenho fé que também já fiz bem a muitas pessoas também.
Não seríamos todos muito mais felizes se abolíssemos dos dicionários, ou melhor, das nossas vidas, a palavra “Pecado”? Não somos perfeitos, mas acredito que a essência da nossa alma seja realmente boa, daí que não haja nada de pecaminoso naquilo que fazemos, sentimos, ou pensamos.
Maria Luisa

Assim se constrói um relacionamento maduro...




Viver a dois é uma arte! Conviver em grupo mais ainda! :)
Quando conhecemos uma pessoa, ainda no estágio do namoro, enxergamos apenas a produção dos encontros, a roupa bonita, cuidadosamente escolhida para impressionar , o cabelo arrumado, as unhas feitas... Falamos os versos de efeito, recitamos poemas impactantes e dedicamos atenção especial (mesmo quando o assunto não seja interessante) para agradar esse novo alguém!

Relação em evolução e as diferenças começam a aparecer. Inevitável! Não se consegue esconder, omitir ou disfarçar o nosso verdadeiro “eu”. Alguns acham que isso é um problema, mas vejo que é saudável e essencial para o princípio de um relacionamento transparente, verdadeiro e maduro. São as diferenças que fazem a diferença! São elas que moldam o rosto e o corpo da relação. Sempre ouço as pessoas dizerem que os opostos se atraem. Talvez por representarem um desafio, uma busca de equilibrar o que temos de mais ou de menos, melhor ou pior. Porém, para o convívio, essas “oposições” acabam pesando e quase sempre rendem boas discussões. A questão acaba sendo individual e não consensual. Poucas pessoas, principalmente quando jovens, aceitam abrir mão de suas “verdades” (mesmo sabendo que não existe verdade absoluta) para ceder ao outro o privilégio da razão. Compartilhar gostos opostos só passa a ser possível quando há a compreensão do chamado equilíbrio. Equilibrar diferenças é dosar um pouco de si e do outro, é saber ceder e respeitar as divergências. Aliás, as divergências são excelentes oportunidades para exercitar ponderações e o respeito à opinião do outro!

Há quem diga que não escolhemos o amor. Eu discordo! Sim, somos nós quem o escolhemos. As relações que vivemos ao longo da vida são escolhas nossas. Podem não se tornar o amor verdadeiro, mas são opções ou tentativas de se buscar algum tipo de preenchimento. Afinal, sempre dizem que estamos em busca da nossa metade, o que também questiono, pois uma relação madura não é feita de metades e sim de pessoas inteiras que se doam (por inteiro) para se conseguir atingir um todo.

No casamento o convívio passa a ser um grande desafio, que coloca em prova o amor e nos testa a maior parte do tempo! Os defeitos ficam mais visíveis, as produções diminuem e as palavras antes poéticas, obrigam o surgimento dos diálogos. E é aí que encontro o grande segredo para o relacionamento maduro! Dialogar com o companheiro é um modo de conhecê-lo cada vez melhor, saber de suas preferências e gostos verdadeiros (e não aquele que apenas te agrada ou não contraria). Do mesmo modo, é uma grande oportunidade de se mostrar! As diferenças ganham mais equilíbrio quando há muito diálogo entre o casal. Mas precisa ser sincero, sempre! Por pior que seja, aprenda a expor sempre a verdade! A mentira pode durar mais tempo, mas quando descoberta tem o poder de destruir o que o casal levou tempo (às vezes anos) para construir: confiança mútua! E não há nada pior do que um casal conviver como estranhos e inimigos desconfiados.

Permita crescer ao lado de quem ama! A vida e as pessoas sempre nos ensinam, mesmo quando achamos que já sabemos tudo sobre o outro, acredite, sempre há novidades e surpresas!

Por fim, a melhor maneira de fazer um relacionamento ser maduro é despir-se de preconceitos, falsos moralismos e hipocrisias. É ser verdadeiro e coerente, é respeitar sempre (principalmente nas divergências), manter-se fiel não apenas ao relacionamento, mas consigo. Manter a própria personalidade faz com que o relacionamento tenha vida e dinamismo. Mas lembre-se, são duas pessoas inteiras que não se dividem, apenas moldam e se encaixam.
Maria Luisa

Esperando...





Enquanto esperava
Por sua presença
A boca secava
Esperando por seus beijos

Luisa Martins

Entrego-me!




Abarcas meu corpo
Com a fúria de um tornado
Suga-me a sanidade
Embaraças os meus sentidos
E na insensatez do momento
Entrego-me aos movimentos
Do Universo
Uno-me com o verso
Entrego-me a ti...
Ah meu bem, eu sou o que sou, mas finjo também.
É preciso mistério e provocação, mostrar o que se deve e ocultar o que não deve.
Sou uma mulher incomum sim, mas veja que o comum está contido no "in".
Maria Luisa

Carícias.



Por momentos vivemos um sonho.
Acordei e os teus olhos sorriam para mim.
Acordei e as carícias transformavam-se em palavras.
Maria Luisa

Meu Corpo!




Meu corpo
Nu na tua pele
Molha desejos
Entre lençóis...

Brinca
De fantasias
Para provocar
Luxúria vestida
Em meu corpo...

Despe a alma
Que se entrega…
Repouso sobre ti
Minhas vontades...

Para juntas
Fazê-las realidade
Entre paredes
Escorridas de prazeres...

Percorremos caminhos eróticos
Entre zonas erógenas
Conduzidas por tuas mãos
Que me percorrem
Num sabor entorpecido
De sensações...

Ora sussurradas em palavras
Lascivas ora românticas
Numa mistura deliciosa
Provocando êxtase
No meu ouvido
Num gemido que grita
No corpo em gozo de delicias...

Adentro o ápice
Visto das estrelas
Em sonhos de nós duas
Amantes em plena manhã
Entre lençóis...
Maria Luisa

A Vida É...

 



A vida é tão ínfima.
Pode acabar neste momento, depois de eu colocar o ponto final.
Por acaso não morri, kkkkkk, mas podia ter morrido.
E posso morrer... AGORA.
Mas não, também não morri.
Mas ninguém me garantiu que não ia morrer.
Portanto, deixesse de merdas e atiresse de cabeça a quem quer fod... Hmpf, a quem você quer abraçar.
Maria Luisa

Adoro Ser Mulher!




Eu adoro ser mulher!
Eu vivo mulher,
Respiro mulher,
Amo mulher...
Tenho dito! Kkkkk
Maria Luisa

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Noite Quente...




A noite passava e cada minuto representava muito mais que amor,
Representava corpos, coração.
Busquei então seu leito e dele fiz meu porto seguro para te amar.
Dele fizemos morada.
Te coloquei em meus braços, te dei morada...
Beijei seus lábios e dos seus beijos fiz meu alimento.
Do seu corpo fiz meu mundo, meu oceano,
Nele naveguei loucamente...
Cada curva representou um toque, um gemido seu.
Ouvi seus gritos, abafei sua voz com meus beijos.
Pedindo... Implorando...
Senti-te e a mim a noite inteira
Senti-te ao sol de inverno uma miragem
Senti-te no manto de plumas que me destapa
Senti-te maravilhosa, rosa lisa
Senti-te dentro do sonho quando me acordas.
Viajei a noite toda olhos febris em você
Havia Lua inteira esplendorosa
Por sobre o sonho do poema braços de mar
Em ânsias andava pelo cheiro da libido enlouquecida
E ao ver-te assim despida como eu
Cobri-te com meu manto de pele aveludada
Onde o sonho era o todo que unia.
Sentir, sentia como água fervente a fervilhar o fogo seu
Os poros a língua as contrações dentro do corpo
Dum corpo de mulher o seu entrada em mim
Colada em mim adejantes nós a navegar há quanto tempo
No rumo dos seus olhos entre beijos
O mar bravio onde pousar… A cama a poesia.
Levo-a colada em mim de forma rara
Como os símios transportam suas crias
Às pernas suas enlaçadas no meu corpo
Como se copulássemos em doce movimento
Nos silêncios da noite nós o ruído
No palpitar dos peitos por todos os desejos
Que viajam nos sonhos alta madrugada.
Finalmente entre lençóis brancos
Adormecemos!
Beijos!
Maria Luisa