Sento-me
em cima da duna das recordações e olho para trás… Vejo um olhar provocador,
oiço uma gargalhada de pura alegria, música simples e composta, vejo um gesto
de entrega.
Lembro
um beijo nesta ou naquela ocasião, um sussurrar de palavras ouvidas, gemidos em lençóis de linho, gritos
de prazer em momentos perdidos.
Vejo uma peça de roupa caída, uma cama em desalinho, sinto um perfume delicioso que nem chego a saber onde nasce, sinto um gosto de ti que agora faz parte do gosto de mim.
Vejo uma peça de roupa caída, uma cama em desalinho, sinto um perfume delicioso que nem chego a saber onde nasce, sinto um gosto de ti que agora faz parte do gosto de mim.
Vejo
as colinas do teu corpo, deitadas à minha espera, as tuas mãos dirigidas para
mim num apelo e numa entrega, ao mesmo tempo que eu me entregava a ti e por ti
chamava.
Vejo
os bailados que bailámos, as canções que cantámos uma para a outra, vejo os
desmaios dos nossos corpos, quando era chegada a hora de desmaiarmos uma na
outra.
De
cima da duna das recordações olho para trás e vejo o tudo que foi. E espero desesperadamente
o tudo que será.