sexta-feira, 21 de dezembro de 2012


O TEU JEITO

Primeiro, naturalmente, porque tu tens esses olhos que não param de brilhar, e porque descobri que eles brilham incansavelmente e ficam ainda mais brilhantes quando olham pra mim.  Depois, porque tu tens essa boca tão macia que é só tua e deliciosamente minha também nos últimos dois meses. É uma boca que começa fininha em cima e que vai crescendo, numa combinação que me deixa maluca toda vez que a encostas em qualquer milímetro do meu corpo. Tem também o teu cabelo que insiste por vezes em cair no rosto. E nessa hora, eu aproveito para sentir o teu cabelo macio na minha mão, com a desculpa de que vou dar um jeito nele, o que nunca acontece. Sorte tua, que ficas linda desse jeito. Depois tem as tuas mãos, que tenho a impressão que estão sempre quentes. Quentes e suaves, e assim conseguem ter o que quiser de mim. Mãos delicadas, com dedos igualmente delicadas, que me levam para lugares que nem sei explicar. Tem também o jeito que tu me beijas, que pode ser diferente dependendo das tuas intenções. Tem aquele beijo que devora, que entra lá no fundo, que engole. Tem o beijo lento, que caminha por cada canto da minha boca, paciente, sem pressa. Tem até beijo no nariz, que é mais poderoso do que um “Te amo”. Tem o jeito como tu me olhas quando te espero às sextas-feiras. Uma olhada com saudade, que sempre me lembra como é bom te encontrar de novo. Tem também aquelas vezes que te pego olhando-me e que me divirto tentando imaginar as indecências que passam pela tua cabeça nessas horas. Tem também a forma como tu me enxergas, inédita e só tua. Uma forma engraçada porque muitas vezes mostra coisas que nem eu tinha visto. Uma forma que motiva, inspira, conforta e incomoda muitas vezes também, porque pega no íntimo. Tu enxergas-me mais e melhor do que os outros. Tem também o jeito que acendes o cigarro, falas e mexes as mãos sem parar, principalmente quando estás empolgada. E o jeito que falas do teu trabalho, dos teus sonhos, das mobilias da nossa casa. Tem o jeito que ris dos nossos “acidentes”. E o jeito lindo em que deitas na cama depois de mim e me abraças deliciosamente. E também tem o jeito que dormes comigo. Tem o jeito que me abraças de conchinha ao mesmo tempo que encaixas todo o resto do corpo no meu, como um quebra-cabeça. E nessa hora, aproveito o silêncio para sentir e escutar-te pegando no sono e respirando na minha nuca. Tem também as deliciosas e intermináveis horas que passamos de manhã na cama, que é o único jeito de me fazer gostar de ficar deitada quando acordo. Tem também o jeito como me falas indecências junto ao ouvido,  com aquela voz que me deixa maluca só de escutar. E como, mais tarde, aplicas tudo aquilo que dizes, de um jeito só teu. E tem o jeito de saberes como eu gosto de sentir. E, finalmente, mesmo podendo ficar aqui listando muitas outras coisas, tem o jeito como tu me surpreendes e me apaixonas todos os dias, dando-me a sensação de que a vida é mesmo boa, linda, e apaixonante, exatamente como tu meu amor.