sexta-feira, 29 de março de 2013

DELICADEZA DO SER



Qual será o tempo exato da delicadeza? Existe tempo para a delicadeza? O que é delicadeza? Será uma atitude? Um comportamento? Eu sei que delicado é o céu com todas as suas nuvens branquinhas, o seu azul oscilante e vasto. Delicadas são as promessas do céu. Delicadas são as estrelas que reinam sem fazer barulho e que optaram apenas por brilhar, silenciosamente. Como as flores, absolutamente delicadas. Delicada é a água. Generosa como toda a delicadeza deve ser. Delicados são os rios que abrem caminho. É o mar, mesmo nos seus dias de bravura. É a chuva, que lava, leva, limpa e acalma. Delicada é a paz. O silêncio. A música. A poesia. Delicadas são as mãos dos delicados. Gente rara. Gente em extinção, ou não... A alegria é delicada, embora haja muita delicadeza nas tristezas dos corações. A vida é tão delicada... Basta um escorregão para saber. Felicidade é uma coisa muito delicada. Não há facilidades na delicadeza. Ela é natural. Não matar, porque delicadeza só faz nascer. Da delicadeza vive o amor, a amizade, a beleza, a natureza, o homem, a mulher e esse mundo tão frio. Há delicadeza por toda a parte, porque ela é soprada por Deus, mas nós temos que ter olhos e mente delicadas para não sucumbir à brutalidade da luta pelo existir. Delicada é sombra do melhor de nós mesmos que nem sempre consegue se unir, se unir à força, ao orgulho, à determinação, delicado é dar de caras com o VALE TUDO da vida, e apercebermo-nos que até ele pergunta: vale tudo mesmo? O que vale essa vida sem a delicadeza do nosso ser? A vida é um constante abrir e fechar de ciclos. Nós morremos e renascemos a cada queda, eis a graça de existir! O grande segredo, é aprender a ressurgir cada vez que o nosso mundo acabar.
MARIA LUISA

quarta-feira, 27 de março de 2013

O ÚLTIMO DO PRATO





Quem é que nunca ouviu a expressão “a última bolacha do pacote”? Costumamos usar esta expressão para falar daquela pessoa “metida”, a que se acha a tal. É uma expressão muito usada e, não sei quem a inventou, mas o fato é que ela existe. Esta expressão significa a mistura de duas qualidades nada nobres: vaidade e egocentrismo. A pessoa que pensa ser a “última bolacha do pacote” é aquela que tem uma visão distorcida de si mesma. Pensa que é mais importante do que realmente é, acha-se a mais bonita e mais rica, a mais inteligente, a mais elegante, a mais exuberante, a mais leal, a mais educada, a mais confiante. Ela acha-se a única no mundo, uma raridade e que tudo tem de girar à volta dela. Todas nós já fomos a casa de alguém ou recebemos amigos em casa onde foi oferecido algum aperitivo. E, depois de todos terem comido, sempre sobra o último... O que fazer com o “último do prato”? A meu ver, essa é uma situação que coloca em jogo alguns valores pessoais. Sabemos que em momentos de descontração, é comum as pessoas terem atitudes que, se houvesse tempo para uma breve reflexão, talvez não aconteceriam. Pode ser exemplo disso aquela amiga que resolveu ser sincera demais numa festa; uma palavra de mágoa para alguém durante um passeio, brincadeiras maldosas...  E o que o “último do prato” tem a ver com isso? Tem que, diante da vontade de comer, é normal o impulso para saciar a vontade mas, o que fazer em relação aos outros que também estão presentes? Bem... Acredito que a primeira reação de uma pessoa seja a vontade de comer, então é neste momento que os nossos valores, criação e crenças são “colocados sobre a mesa”. Nós podemos ter vários pensamentos:
_ “Que vontade de comer, está tão bom!”;
_ “Hummm… melhor não! Alguém mais poderá querer!”;
_ “Ah! Não tem ninguém olhando!”;
_ “Acho que vou perguntar se alguém vai querer o último mas... corro o risco de passar por “morta de fome”! No momento que resta apenas um aperitivo no prato, e este torna-se alvo da maioria, nós desenvolvemos vários pensamentos. Então escolhemos se vamos pensar no outro, se vamos dar uma de espertinha com nossos amigos, se vamos ficar com a fama de comilona, ou se vamos negar a nossa própria vontade.  Até onde uma vontade da nossa parte pode passar por cima da vontade do outro? Até onde o outro pode levar vantagem sobre nós? Acho que essas respostas estão dentro de nós mesmas. Por certo, todas queremos sentir-nos o último aperitivo do prato, sentirmo-nos únicas, especiais, desejadas e respeitadas, mas  é em situações assim, tão simples, que a vida nos coloca à prova de nossas verdades e de nosso caráter. De vez em quando, seria importante realizarmos reflexões diante de nossas atitudes com as outras pessoas, para encontrarmos a imagem que os outros tem de nós e sobre nossas atitudes. E para quem se acha “a última bolacha do pacote”, devem lembrar-se de que, contrariando o ditado popular, “a última bolacha do pacote” pode também significar aquela que ninguém quis comer, pois está quebrada, esquecida e que, quando se dá conta dela, já está amolecida, até mesmo estragada. E além do mais, para todo aquele que “se acha”, Deus dará um jeito de mostrar que existe sempre alguém melhor do que ele. Espero que depois de terem lido este texto, alguém descubra, internamente, o que fazer com o “último do prato”.
Tão bom ser por ser e não por ter!
Tão bom saber que se gostam de mim esse gostar vem da minha essência e não do que posso dar ou provar.
Maria Luisa

“A última bolacha do pacote
não é a mais gostosa:
ou ela tá quebrada, esfarelada ou murcha!
E além do mais, no fim do pacote
a fome já até acabou.'”
GUN’S ROSE


terça-feira, 26 de março de 2013

FAMINTA





Acordei com fome do teu sabor,
Minha boca tem sede do teu licor, 
Eu quero toda a delícia do teu beijo infinito...
Sinto-me seduzida,
Envolvida pelo teu olhar.
Enquanto danço,
Percebo que me conduzes sem falar uma palavra,
Percebo que nossa sintonia existe,
Percebo o quanto estamos ligadas
Pelos nossos desejos.
Caem de mim suspiros como pétalas,
Em todas elas está escrito o teu nome,
Da minha boca escorre mel,
Que deito sobre o teu corpo nu,
Vejo os teus seios,
Meu repouso,
Vejo o teu corpo minha estrada.
Não pares, toca-me lentamente
E muito ardentemente!
Provoca em mim mais suspiros...
Quero mergulhar em ti,
Dar de encontro com o teu íntimo.
Sussurrando ao meu ouvido apenas me pede,
“Sê minha” com toda a ousadia que circula o teu corpo,
Deixa que flua de ti toda a sensualidade existente.
Olha para mim bem no fundo dos olhos enquanto me amas...
Deita o teu corpo no meu, agora…
E deixa que o teu suor nos molhe,
Deixa-me excitada com teu cheiro
Feminino e envolvente!
Beija meus dedos longos
Enquanto encontras o meu meio centro!
Arfa com os lábios sobre os meus...
Destilando teu doce gosto.
Morde-me, chupa-me,          
Despe-te sobre minha pele húmida,
Sacia em mim tua procura, 
Alimenta minha loucura,                          
Pinta o meu corpo em tua luxúria

E envolve-me enquanto fazemos amor...
Maria Luisa

segunda-feira, 25 de março de 2013

TESÃO




Acelera o meu coração,
Tu virás? Combinamos...
Espero-te com os meus cismares
e fantasias na cabeça.
Tu chegas! Entras...
Me retraio, te atraio
olho... chamo...
vem... agarra-me
 faz-me tua presa
numa loucura só nossa.
Tira-me a roupa
 Deixa-me sem fôlego
 Devassa-me as entranhas
Vem, assanha-me
 Encosta-me na parede
toca minha nudez
suga o néctar
nada de sensatez.
Sou loba faminta
Toca-me e sente
a pressão arterial,
 latejando por dentro
de um modo sem igual.
Estou subindo pelas paredes
de um jeito que jamais fiz
aproveitamos, é o momento
de fazer o que eu sempre quis.
Hum... fantasia executada
a próxima será na praia
depois no chão,
no tapete, no elevador,
não importa
eu quero ser tua
seja de que jeito for.
Maria Luisa