domingo, 18 de dezembro de 2011



Amanheci do seu lado.
Levantei de mansinho pra não te despertar.
Amanheci no seu corpo sem receios de me perder.
No seu corpo li mil poemas escritos e ainda por escrever e entrelacei a minha alma nas letras que os poros da sua pele soltam às centenas. No seu corpo despi as palavras e os significados que lhes sei dar, Rompi as pegadas do ainda nunca feito e balancei no ainda por sonhar.
No seu corpo rasgo o meu silêncio e em gemidos solto o que está adormecido em mim.
No seu corpo invento o meu olhar e quebro em vertigem as mágoas da distância,  fito,  miro você, empurro os meus olhos sobre a sua macia pele.
Na sua pele eu encontro a minha casa escondida sobre o manto de pureza, no meu jardim deitado o seu corpo nu pronto para o descobrimento.
A descoberto eu deixo tudo o que se esconde na magia quase impossível que a sua pele emana, a sua pele é a paisagem e o horizonte.
Os sulcos do seu corpo escondem mil aromas e montanhas de beijos Que ainda não te dei, escondem os silêncios que rasgo na sua pele… No seu corpo encontro a minha morada, um rumo, um norte, um fim desta estrada.
Só no seu corpo, em mais lado algum, eu descobrir-me-ei por inteiro em gritos de prazer que a alma solta sem demora.
Só no seu corpo escrevo uma epopéia... Não me importo de me deixar permanecer assim, só na sua pele, uma vida inteira…
Beijo na sua boca.
Maria Luisa

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