Fecho os olhos, num respirar profundo, abraço-me fazendo do meu braço esquerdo, o meu cachecol.
Aquele teu mimo… O afago que de longe me mandaste ao vento, quando a palavra ‘distancia’ ainda tinha uns quilômetros acrescidos pelo nosso querer faminto. Deixando-me levitar pelos momentos que visiono sem ver, pelos sentires que sinto intensamente, sem sentir, recordando-me e alegrando-me por ser eu, uma das tuas viagens favoritas e habituais vejo-te, sem que nunca cesses, num dedilhar delicado, tocando as minhas veias de aprendiza, como se de uma linda e melodiosa harpa se tratassem.
Sinto-te soprar o meu coração, enchendo-o do teu ar puro, fá-lo bombardear, fá-lo executar a sua função, mas mais que toda a complexidade do meu ser (humano), fazes-me viver assim, desta forma tão viva, tão humana.
Fazendo de mim deusa, sereia ou qualquer outra figura mitológica. Lança-me a este mar imenso de sonhos.
Hoje, na tua ausência, adormeço assim que a lua me inunde com a sua luz de neve, numa brisa suave que me fará encolher e dormitar aconchegada. Adormeço sem pressas de acordar… Dormirei sem que o tempo me seja uma preocupação tentadora e para esta viagem paralela à tua, trago todos os meus projetos de vida a teu lado para a nossa realidade e vivo-os por intensos momentos, quando sem dar por isso, regressas, para me acordar com beijos suaves e sussurrares angelicais.
Maria Luisa
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