quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Como explicar?



Como é que se escreve a felicidade?
Como é que digo sobre as minhas pernas enrodilhadas nas tuas, os meus dedos agentes infiltrados nos teus cabelos, a tua língua a pintar-me a boca a traços grossos?
Para quê partilhar aqui que a minha pele se ri ao teu toque quente, como se estivesse sempre com febre!
Quem quer saber?
Do meu corpo armadilhado nos teus braços e dos meus olhos, que rebolam pelo quarto sem saberem onde deixar explodir o gozo, que não me cabe mais cá dentro. 
Como é que transmito?
Que me apetece recato e cama, mãos agarradas e vozes baixas, “por favor me aperta, mais!
Sim, como explicar?




Que foste sorte, acaso, tiro às cegas, a álea da vida em todo o seu esplendor.
Como explicar?
Que as coisas são simples, afinal, e que a dor não passa de um caminho de sentido obrigatório que não dá para atalhar, até um dia chegarmos a quem nos espera desde sempre?
Maria Luisa

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